Depois de a cárie penetrar no esmalte do dente, ela chega na dentina e os danos no dente começam a se tornar mais graves. A Dentina é um importante tecido conjuntivo sem vascularização, mineralizado, especializado que forma o corpo do dente, suportando e compensando a fragilidade do esmalte. É ela que protege e liga-se à polpa do dente. Até hoje, a recuperação dos dentes danificados se dá de fora para dentro, ou seja, é necessário abrir a região com brocas para restaurar a parte perdida. Mas cientistas no Reino Unido desenvolveram um novo material que pode ser inserido nos dentes para reparar e regenerar a dentina.
O novo material é injetado no dente e ficado com luz UV, seguindo o mesmo processo das restaurações regulares que são inseridas nos dentes para bloquear os espaços evitando que as bactérias continuem colonizando o local afetado. Segundo os desenvolvedores, uma vez dentro do dente, o material estimula as células-tronco a proliferarem e crescerem na forma de dentina. O resultado é que com o tempo, a dentina se regenere tornando o dente saudável novamente.
O pesquisador Adam Celiz, especialista no desenvolvimento de biomateriais terapêuticos na Universidade de Nottingham, explicou que sua equipe projetou um biomaterial sintético que pode ser usado de forma semelhante a obturações dentárias, mas quando entram em contato direto com o tecido pulpar para estimular a população de células estaminais nativas a reparar e regenerar o tecido pulpar e a dentina do dente afetado.
A Polpa dentária é a estrutura interna do dente, ela é formada por tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e inervado. Junto com a dentina ela forma uma estrutura integrada denominada complexa dentino-pulpar, que tem origem embriológica na papila dentária. A polpa é rica em odontoblastos, um tipo de célula responsável pela síntese de matriz da pré-dentina. Esta célula tem função biológica de realizar a dentinogênese – o processo de criação da dentina, a estrutura que fica abaixo do esmalte dental.
Os investigadores acreditam que, quando aplicado num dente danificado, as células estaminais podem reparar o tipo de dano que muitas vezes surge depois de um preenchimento. Em essência, o biomaterial de enchimento permite que o dente se cure sozinho. Os estudos ainda não foram publicados em nenhuma revista científica, por isso ainda existe algum sigilo em relação aos resultados. Vamos aguardar!
Via | Diário da Biologia