A menopausa, a doença periodontal e a perda de dente
A menopausa relaciona-se a uma série de mudanças orais, incluindo um maior risco de inflamação, fluxo salivar menor, bem como a alteração da composição salivar e osteoporose primária que afetam os ossos mandibulares. Comparando a periodontite em mulheres na pré e pós-menopausa, uma equipe de pesquisadores avaliou agora como as mudanças da menopausa afetam a gravidade da doença periodontal e perda de dentes.
Investigadores do Centro de Investigação Interdisciplinar Egas Moniz no Monte da Caparica, decidiram medir o impacto da menopausa na saúde bucal em mulheres e, em conjunto com colegas da Universidade de Granada, na Espanha, estudaram 68 mulheres já na menopausa e 34 mulheres na pré-menopausa, todas sofrendo de periodontite crônica.
Os parâmetros orais e periodontais, como o número de dentes, índice de placa, presença de cálculo, profundidade de sondagem, sangramento na sondagem, recessão gengival e perda de inserção, foram registrados em um exame clínico realizado por um periodontista. Os pesquisadores ainda coletaram dados demográficos, históricos médico e ginecológico e hábitos de saúde bucal dos participantes.
Comparando mulheres na pré e pós-menopausa, os cientistas não encontraram diferenças significativas para os parâmetros periodontais e perda de dentes. Embora as análises mostrassem que o número de dentes foi significativamente menor em mulheres na pós-menopausa, a diferença não foi estatisticamente significante depois de ajustar os resultados para idade, tabagismo e índice de placa.
Os pesquisadores então concluíram que a menopausa não parece influenciar a gravidade da doença periodontal e perda de dente consideravelmente. Em vez disso, outros fatores podem exercer uma influência maior sobre a progressão da doença periodontal em vez da menopausa propriamente dita.
Devido ao grande número de fatores envolvidos, eles fundamentaram que além da relação entre a menopausa e a doença periodontal é difícil de estabelecer porque qualquer relação achada seria sempre menos significativa do que outros fatores de risco bem conhecidos da doença periodontal.
Reconhecendo que a população do estudo não era representativa da população portuguesa, os pesquisadores observaram que estudos adicionais com amostras maiores e períodos mais longos de observação são necessários para confirmar ou excluir o papel da menopausa no curso da doença periodontal.
via | DentalTribune